segunda-feira, 12 de março de 2012

1. i'm still loving you

(tumblr)


Agora sei que o nosso tempo acabou, a areia da ampulheta caiu e nem mais um grãozinho restou. Senti a tua mão largar a minha, senti-as afastarem-se e não consegui fazer com que se voltassem a tocar. Não foi um erro meu, porque eu tentei com que elas se voltassem a tocar durante muito tempo, mas sempre que se tocavam, algo mau acontecia e, numa fracção de segundos, afastavam-se com uma tal rapidez que mal as sentia juntas.
Adorei todos os dias em que a palavra “melhor amiga” era pronunciada, adorei todos os dias em que nos abraçámos como quem não se quer afastar mais. Adorei todos os momentos.
Cada sorriso que fazias nascer no meu rosto de cada vez que me olhavas, cada arrepio que me dava de cada vez que eu te via sorrir para mim, estão para sempre guardados em mim, lembro-os com todo o orgulho e, sem eu mesma querer, deixo escapar um breve sorriso e um certo arrepio em me lembrar dos momentos que juntas fizemos acontecer.
O tic-tac do relógio deixou de fazer sentido para mim e agora consegue enervar-me profundamente porque eu contava os dias, horas e minutos para poder estar contigo e poder ver-te sorrir, poder pensar “esta é a minha melhor amiga linda, está a sorrir para mim e vem abraçar-me, com uma força enorme”. E eu lembro-me de tudo e custa, dói.
Adorava, nos meus sonhos, dar-te a mão e percorrer aqueles caminhos cheios de flores lindas contigo. Mas, na realidade, o único caminho, que percorremos, foi um caminho que teve um fim muito breve. E eu arrependo-me porque eu sei que podia e devia ter feito mais pela nossa amizade e, acredita que se eu descobrisse onde é que eu errei, o que é que eu fiz de errado a nossa amizade não estaria assim, neste momento.
Acredita que chorei por ti, chorei pelo facto de ter perdido uma parte de mim, pelo facto de terem havido palavras perdidas e levadas pelo vento e pelo facto de terem havido sentimentos ilusórios que me prometeram sorrisos e que hoje não os tenho.
Não, eu não posso comparar esta dor a qualquer outro tipo de dor. Um estalo dói no momento, mas acaba por passar. E esta, é uma dor que teima em não acabar, teima em despedaçar o meu coração aos bocadinhos, teima em fazer cair uma lágrima uma vez por outra.
"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções."
Tu, sem dúvida, foste das melhores pessoas que conheci. Uma pessoa que em tão pouco tempo se tornou numa pessoa tão importante na minha vida. E eu admiro-te por isso. Conseguiste entrar de uma tal maneira na minha vida e no meu coração que hoje eu não consigo, por um simples momento, tirar-te dela. Não consigo, por mais que tente, esquecer tudo o que juntas construímos, o castelo que desmoronou completamente e agora faltam-nos elementos essenciais à sua reconstrução.
Hoje. Hoje o que tenho de ti, é uma simples amizade e o que eu queria era algo mais que isso.
Amo-te Tânia. 
 


                                                                                                                    Cristiana Oliveira

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